domingo, 25 de abril de 2010


Fotografia: Baluka Brazão

1 comentário:

Alex disse...

Não tendo o teu mail envio-te assim este recuerdo do nosso voo no passado dia 3MAY. Foi o que saiu. Faz deles o que quizeres.
Gr Ab
ZCunha (com os cumprimentos do Alex)



entre céu e casa

ao Baluka Brazão

Sinto-me um intruso nesta fronteira
entre céu e casa, pálida ave da fantasia
planando neste chão vasto de nuvens.
Esta não é a minha casa.
De Ícaro, finalmente, o sonho alado vive.
Habitar nas alturas a maravilha de ser,
numa dobra do horizonte, o olhar
do próprio céu a contemplar-se.
Eis o espanto seminal e seu fulgor
no pulmão solar do dia.
Respiro o ser do mundo,
pleno,
intenso.
Respirar é estar suspenso, a caminho,
e arder na quietude veloz do voo.

Alex
3-5-2010




fronteira

ao pessoal do voo VR606 03MAY – B LÉZA


Pedra sou, sem ter perdido o chão.
Amo esta fronteira sem cancelas
cão vadio alado, pedra tosca
arremessada ao espaço,
território amplo sem rosto
onde o fio do olhar se perde.
Por instantes habita-me a ilusão
de que habito, por instantes, o céu.
Mas pousar é preciso, que pedra
não é animal de voo,
e a terra, ardendo, chama.

Alex
3-5-2010


Epílogo:

Sou da totalidade a in-certa parcela.
Alex

e citação

“A escuridão de escrever permite apanhar no auge, os frutos da claridade.”
Maria Gabriela Llansol